- Finalmente! - exclamou Gamaliel - Vamos pegar o livro e sair logo deste lugar.
O jovem defensor da Fé se aproxima da pequena coluna, assopra o pó que se acumula sobre o livro e com uma das mãos termina de retirar o pó. O Livro grosso com a Capa em Couro costurado a mão onde se lê claramente as letras douradas: Bíblia Sagrada.
Repentinamente, antes que qualquer um possa tomar qualquer atitude, as portas do salão se fecham.
- Mais essa agora. Como vamos sair daqui? - reclama Léo enquanto improvisa uma atadura para seu ferimento.
- Não tem saída! Estamos presos aqui. - a voz da juíza Débora deixa transparecer seu temor.
Então o que estava ruim fica pior. O chão começa a tremer e pedras caem do teto da caverna. Gamaliel sente algo forçando seu braço e percebe que o Cajado da Coragem e da Verdade parece estar sendo atraído para o fundo do salão. O clérigo estende seu braço e aponta o cajado na direção em que está sendo puxado.
De repente uma explosão de luz inunda o salão e o barulho de pedras rolando é acompanhado por uma leve brisa vindo do fundo do salão. Quando a ofuscação da luz diminui e a poeira baixa o grupo vê um buraco na parede que parece dar acesso a um pequeno túnel.
Léo já acostumado à função de lanterneiro do grupo, imediatamente entra no túnel seguido por seu companheiros. Eles caminham horas pelo pequeno túnel de pedra até chegarem a uma pequena caverna de teto baixo onde mal conseguem ficar eretos.
- Tem um buraco aqui no teto, mas algo está impedindo a passagem. - observa Léo.
- Deixa eu ver. - Gamaliel se posiciona bem abaixo do buraco e com um golpe de sua maça destroi a madeira fina que apenas tampava o buraco.
Com mais um golpe o clérigo elimina mais um obstáculo poucos centímetros acima do primeiro, Léo mais uma vez toma a frente e passa pela abertura. Conforme vão saindo da pequena passagem todos percebem que saíram de uma espécie de baú e agora estão em um depósito cheio de caixas, baús e engradados empoeirados. Ao contrário do túnel do qual acabaram de sair, neste depósito as paredes são construídas com pedras e argamassa. Em algumas caixas e baús eles reconhecem o Brasão Real de Ardhi.
Antígona aproxima-se de uma porta de madeira e para sua surpresa a porta está destrancada. Todos saem e se deparam com o corredor de um castelo, iluminado por tochas, eles seguem em direção à escadaria no final do corredor, ignorando deliberadamente as outras portas, sobem as escadas e saem no páteo do castelo que imediatamente reconhecem.
- AUTO LÁ! - grita um soldado brandindo sua lança na direção do grupo de heróis - Identifiquem-se. - ele ordena enquanto outros soldados já fecham o cerco ao redor do grupo.
Bruce toma a frente para explicar, mas é interrompido por um dos arautos que os reconhece.
- Ei, vós já estais de volta? Venham, o rei vos aguarda. - o arauto abre caminho entre os guardas do palácio enquanto examina os heróis.
Durante a conversa com o Rei, os heróis relatam tudo o que enfrentaram e informam o soberano sobre a brecha no porão do castelo, este faz questão de verificar pessoalmente e ordena aos engenheiros reais que obstruam o túnel e fechem a brecha no porão.
No dia seguinte o reino está em festa, Antígona, Bruce, Léo, Davi e Gamaliel são sagrados Guardiões de Ardhi e recebidos com honras no castelo, seus nomes são incluídos nas crônicas reais como os valentes que devolveram a paz e a harmonia a Ardhi, enfrentando o poderoso Omsinredom Sop e suas ilusões.
Débora, a Juíza, foi reconduzida a seu antigo posto, mas agora apoiada na sabedoria e na verdade. Siqueira, o outro Defensor da Fé, voltou à academia dos Guerreiros Sagrados e depois de se fortalecer na fé tornou-se mestre utilizando sua experiencia para orientar os novos Defensores que ingressavam na academia.
Gidean, a Guerreira, foi admitida no corpo de defesa do Castelo e posteriormente na Guarda pessoal do Rei, juntamente com Mateus o soldado. Ester, a caçadora, preferiu continuar sua vida normalmente, embora constantemente seja convocada pelo rei a participar de missões de localização e resgate de pessoas desaparecidas.
É isso aí meus amigos e irmãos, espero que tenham gostado tanto quanto eu gostei de narrar e escrever esta aventura.
Que Deus abençoe a todos.
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