Impávido Colosso - Ciranda de Blogs

Olá Amigos do RPG Cristão, hoje trago um conto especial. 
Bom sempre gostei muito de ficção cientifica e quando via a iniciativa do blog Pontos de Experiência de fazer uma "Ciranda de Blogs" para incentivar a produção de material fiquei animado a participar.
Sempre que se fala em armas de raio, que é o tema proposto para abril, lembro de tecnologia e armaduras de combate ultra modernas. Então me lembrei deste conto que escrevi há algum tempo e que com algumas pequenas adaptações se encaixa perfeitamente no tema. 
Espero que gostem.

O entardecer no alto do Edifício Itália é realmente sensacional, o cinza da cidade assume um tom alaranjado quando banhado pelo sol de fim de tarde.
No alto da torre uma figura de proporções colossais observa o movimento da Av. Ipiranga, ele identifica seu alvo. O comboio que carrega o bandido capturado, no último ataque da Quadrilha Biônica segue pela avenida, os batedores à frente bloqueando o transito nos cruzamentos, garantindo que a viatura de contenção e suas escoltas mantenham-se em movimento constante.
O bandido em questão faz parte de um bando maior que realizou vários assaltos a bancos, trajando armaduras de combate de alta tecnologia e só foi capturado porque alguns policiais num ato de desespero dispararam seus tasers em sua armadura causando uma sobrecarga que o deixou imobilizado. Agora, sem sua armadura ele era conduzido para a sede da polícia federal na Lapa para interrogatório e posterior transferência para uma prisão de segurança máxima.
Embora todo o trajeto tenha sido isolado, por motivos óbvios, o vigilante sabia que haveria uma tentativa de resgate, e segundo suas fontes a ação ocorreria no Elevado. Ele muda de posição para ter uma visão melhor do comboio que agora ultrapassa seu ponto de observação. É hora de mudar o local de observação. O vigilante se coloca em pé no parapeito da torre, respira e salta.
“Espero que todo este equipamento funcione” Ele pensa enquanto executa uma série de movimentos no ar. 
Imediatamente seus braços são ligados ao corpo e pernas por um manto muito fino, porém resistente, formando uma espécie de asa. Lá em baixo na avenida ninguém percebe a enorme forma alada planando entre dois dos edifícios mais altos do centro velho de São Paulo.  Novos movimentos fazem as asas desaparecerem e o vigilante pousa na cobertura do outro prédio com um rolamento que já o deixa em posição próximo da borda do edifício.  Agora ele tem uma visão clara do Elevado Costa e Silva e das viaturas que se aproximam.
Lentes especiais em seu capacete fazem a ampliação para que ele tenha uma visão perfeita do acesso ao elevado, enquanto um pequeno quadro mostra a imagem obtida por um laptop conectado às câmeras de vigilância dos tuneis abaixo da praça Roosevelt.
“Ainda não entendi porque este trajeto, se fossem pela marginal seria muito mais rápido e seguro.”
Então ele percebe algo estranho no alto de um dos prédios que vão ladeando o elevado. O computador de seu traje analisa as imagens obtidas, marca os alvos e informa as especificações. São dois homens trajando armaduras de combate como a Quadrilha Biônica.
Começa a escurecer, o que lhe dá certa vantagem, É hora de agir. Novo salto e agora o vigilante segue planando em alta velocidade para um edifício bem mais baixo. Ele sabe que seu traje é inferior aos dos bandidos, mas tem a seu favor a surpresa e a inteligência. A enorme forma escura passa acima da cabeça dos dois bandidos a uma altura razoável, um deles ouve o farfalhar das membranas que formam as asas do herói, olha para cima e vê o grande vulto passar sobre sua cabeça, mas antes que possa esboçar qualquer reação sua armadura para de funcionar, juntamente com ela a de seu companheiro, as luzes e aparelhos eletrônicos dos cinco últimos andares do edifício em que estão também param de funcionar.
O vigilante sabe que só tem poucos segundos até que as armaduras de seus oponentes se recuperem do pulso eletromagnético. Ele faz a volta e se aproxima em grande velocidade, atingindo simultaneamente com os pés o tórax de ambos os malfeitores, que são lançados de encontro à parede atrás deles. O enorme homem em sua armadura verde oliva aproxima-se dos dois arranca-lhes os capacetes e injeta-lhes um poderoso tranquilizante.
Então ele ouve tiros no Elevado, olha do alto do prédio e vê que mais dois homens de armadura conseguiram parar o comboio e aproximam-se rapidamente do blindado que carrega o prisioneiro, as rajadas de energia que saem de suas armas ionizam o ar a sua volta produzindo um feixe de luz azul que ao tocar a blindagem do veículo de contenção formam rasgos incandescentes.  Os homens da polícia estão acuados atrás de suas viaturas, suas armas são ineficientes contra as armaduras. O gigante verde oliva analisa rapidamente a situação, os bandidos estão distantes um do outro, ele só tem mais um dispositivo de P.E.M e não dá para repetir o feito do telhado. Ele terá que neutralizar um e cuidar do outro na raça.
Ele arremessa o dispositivo P.E.M e atinge em cheio as costas de um dos bandidos que antes de perceber o que lhe atingiu cai neutralizado pelo pulso eletromagnético. Assim que o outro se vira para ver o que ocorreu é atingido por um vulto enorme. A velocidade e o impacto são tão grandes que o lançam contra a murada de concreto do Elevado, mas não sem antes efetuar um disparo com sua arma. O disparo erra o seu alvo, se é que ouve tempo de escolher um, mas passa perto o suficiente para que o guerreiro verde oliva sinta seu calor do lado esquerdo do seu elmo. O bandido atordoado se levanta e vê seu parceiro caído sem o capacete, ele olha para cima e também não vê seus outros dois comparsas onde deveriam estar.
Escondido atrás do blindado o vigilante aguarda pelo melhor momento para um novo ataque. O problema é que agora ele também não tem uma visão clara do inimigo e não tem como consegui-la sem denunciar sua posição. Mas aí a benção da paciência aliada à experiência. O inimigo desesperado, procurando uma melhor visão do campo de batalha comete um erro fatal. Salta na capota do blindado.
O colosso verde oliva se prepara, põe toda a sua força nos braços, a armadura também faz sua parte potencializando esta força. Num movimento rápido, usando a lateral do blindado como apoio ele lança as pernas para cima em direção ao adversário que é atingido em cheio na cabeça. Este voa para trás e cai estatelado no chão, o vigilante aproveitando a energia cinética do movimento anterior aterrissa com o joelho reforçado da armadura no peitoral da armadura de seu adversário e com um golpe rápido e poderoso arranca-lhe o capacete.
- De nada adianta tecnologia, se você não sabe usar. – Estas palavras ditas com uma voz metálica, foram as últimas que o criminoso ouviu antes de ser nocauteado.
O vigilante se coloca em pé e só então os policiais têm uma noção exata do tamanho descomunal daquele herói, ali parado sob a luz amarelada do Elevado Costa e Silva, aquele colosso verde oliva, impávido observando seus oponentes caídos. Então ele se dirige ao oficial responsável pela operação, aponta para o alto e informa.
- Há mais dois no alto daquele prédio. – Sua voz metálica alterada pelo filtro em seu capacete é fria e sem emoção.
- Quem é você?
- Um soldado a serviço de meu país.
- Sabe que não posso deixá-lo ir?
- Não resistirei. Você só precisa me pegar.
Então o vigilante virou-se e antes que o oficial pudesse dar qualquer ordem, saltou do alto do Elevado, desaparecendo na escuridão das ruas abaixo.
No dia seguinte os jornais falavam sobre o sucesso da operação e a captura de outros quatro bandidos da Quadrilha Biônica, e embora as autoridades não tenham mencionado a ajuda recebida, vários testemunhos de moradores dos prédios que margeiam o Elevado Costa e Silva relataram a ação de um homem muito grande, vestindo uma espécie de armadura verde oliva, que abateu rapidamente dois dos bandidos.
“O cara era enorme, colossal, devia ter uns três metros de altura e era muito rápido.”  Afirmou um morador que presenciou toda a ação pela janela de seu apartamento.
Um conceituado jornal da cidade de São Paulo publicou a seguinte manchete:
“Soldado gigante frustra ação de bandidos High-tech no centro velho da cidade.” E logo abaixo uma foto do exato momento em que a colossal figura verde atinge um dos bandidos no peito. A foto fora tirada por um fotografo do jornal que morava em um dos prédios que cercam a região. Os repórteres ao verem a cor da armadura do herói, erroneamente acreditaram tratar-se de um militar.
“Melhor assim.” Pensou o homem de dois metros e vinte de altura, sentado em uma cadeira, num apartamento da zona norte da cidade. Na mesa ao lado, vários desenhos técnicos, fotos dos bandidos biônicos e suas armaduras e uma foto sua fardado ao lado de um jovem de jaleco branco.
- Vou te encontrar maninho, eu juro.  

Comentários

  1. Hi Alexandre!
    Bom começarei agradecendo pela atenção recebida nos posts de Mordecay anteriores!(Fez muita diferença aqui na coleção!)
    Já ouviu falar no programa chamado RPG 2ic? É um programa em JAVA que simula RPGs de mesa. Quando houver tempo, visite o site por que é realmente interessante: www.rpgonline.com.br (Digo por que já estou lá há uns 2 anos).
    Bom sem Mais, Que Deus te Abençoe e te guarde de todas as intenções do inimigo para sujar ou deturpar o seu trabalho.
    Até mais! >.<

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    1. Valeu, vou dar uma olhada, já ouvi falar mas não entrei. vou me cadastrar e te procuro por lá.
      Que Deus o abençoe

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  2. Tem mais de 10 anos que quero aprender a jogar RPG e ser mestre, com histórias baseadas na Bíblia ou que possa ser jogada dentro das Igrejas. Graças à Deus te achei! Topas me ajudar a aprender?

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    1. Claro, montei o blog para isso, aliás já estou devendo para outro leitor que quer aprender.
      Vou me organizar para conseguir um tempo livre e entro em contato.
      Uma dica que posso dar é leia a Bíblia, ela está cheia de histórias muito legais para um jogo de RPG.
      Me manda um e-mail para contato.
      Que Deus te abençoe.

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