Olá amigos do RPG Cristão, hoje, atendendo a pedidos, mais um trecho da saga de Mordecay.
Coisas estranhas acontecem durante o passeio inaugural do SG-X Special. Coisas que afetarão a vida do Capitão Miguel Mordecay e de muitos outros pelos próximos anos.
Se você ainda não está acompanhando leia os capítulos anteriores clicando nos links abaixo.
Coisas estranhas acontecem durante o passeio inaugural do SG-X Special. Coisas que afetarão a vida do Capitão Miguel Mordecay e de muitos outros pelos próximos anos.
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Capítulo 1 parte 1 Capítulo 1 parte 2 Capítulo 1 Final
Capítulo 2 parte 1 Capítulo 2 parte 2 Capítulo 2 Final
Capítulo 3 parte 1 Capítulo 3 parte 2 Capítulo 3 parte 3
A obra A Semana Final de Alexandre Lissoni foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Podem estar disponíveis permissões adicionais ao âmbito desta licença em www.rpgcristao.com.br.
Capítulo 2 parte 1 Capítulo 2 parte 2 Capítulo 2 Final
Capítulo 3 parte 1 Capítulo 3 parte 2 Capítulo 3 parte 3
Acompanhe abaixo.
O ruído dos motores de propulsão aumentou
consideravelmente, mas mesmo assim o veiculo ainda era mais silencioso que
qualquer outro modelo que já tivesse pilotado. A reação das pessoas a bordo foi
imediata, os passageiros explodiram em gritos eufóricos, alguns levantavam os
braços, outros seguravam firmes nos bancos da frente. Enquanto isso o ADT
ganhava velocidade rapidamente, deslizando sobre a superfície gramada. Ouvi um
pequeno zumbido acima de minha cabeça, dei uma rápida olhada e pude reconhecer a
FlyCam pilotada pelo jovem Isaias, sorri para as câmeras como se estivesse
desafiando o piloto do aparelho a acompanhar-me e em seguida virei os lemes e
reverti um dos motores, fazendo o ADT dar uma guinada para a esquerda e
deslizar lateralmente por alguns metros, ao mesmo tempo em que notei que o
pequeno aparelho voador perdeu a trilha. Ouvi a reação entusiasmada dos
passageiros. Em seguida, mais uma vez acelerei os dois motores e endireitei os
lemes, o aero deslizador retoma sua direção e ganha velocidade. Segundos após a
FlyCam volta a acompanhar-nos de perto.
Este novo ADT é muito bom, senti como se
ele fosse uma extensão do meu corpo, responde os comandos imediatamente, e
exatamente como espero. Concentrei-me nas manobras, senti a potência dos
motores, acelerei um deles, reverti o outro e virei totalmente os lemes, o ADT
faz um 720º, reverti o outro motor e continuamos deslizando de ré por alguns
metros, outra manobra e agora o ADT desliza lateralmente, acelerei os dois
motores ao mesmo tempo e o ADT é lançado para frente, os passageiros respondem
com um misto de medo, emoção e satisfação, inclusive Henrique.
Na parte da frente do aparelho, vi um
garoto vibrando a cada manobra. Lembrei-me de meu filho, ele com certeza
ficaria orgulhoso do pai, mas assim como a mãe, preferiu a atividade na igreja.
Tudo bem, concordo que todos precisam de uma religião, mas há outras coisas na
vida além de Jesus e as atividades da igreja, minha ex-esposa e meu filho não
faziam mais nada que não fosse da vontade ou do agrado de Deus. Quantas vezes
propus alguma atividade em família, mas eles recusavam pois era dia de culto ou
de escola bíblica e ou o eu ia a igreja com eles ou acabava ficando sozinho em
casa. E toda aquela história de santidade, consagração, oração. “Ah, Jesus esta
voltando” eles diziam, “é bom estar preparado e vigilante”. Tudo isso não
passava de lenda, Jesus foi um homem sábio isto era fato, mas dizer que Ele ia
voltar e o mundo ia acabar era forçar os limites da racionalidade militar.
Súbito lembrei-me mais uma vez do sonho que me tirara o sono durante a noite
anterior e da conversa que tivera com seu copeiro logo após o café da manhã. “Será?! E se a Bíblia estiver certa? E se
Jesus estiver realmente voltando para buscar sua igreja?” Eu refletia
enquanto realizava as manobras com o aero deslizador. “Ah! Qual é Miguel? Você deve estar ficando velho mesmo. Sua mente já
está perdendo a racionalidade. Já está até pensando em interpretar a Bíblia
literalmente.” Então sacudi a cabeça afastando estes pensamentos para longe
e se concentrei-me novamente na pilotagem do ADT.
Acelerei mais ainda e lancei o ADT da terra
para a água do rio, virei e novamente deslizamos lateralmente sobre a água o ar
que o sistema de sustentação lançava para baixo fez com que uma fina névoa
subisse ao redor do veiculo que agora andava sobre a água como se continuasse
em terra firme, Fiz mais algumas manobras na água e decidi testar manobras
utilizando os freios aerodinâmicos, acelerei tudo ganhando velocidade e reduzi
bruscamente, acionei os freios que se abrem na fuselagem do ADT e a velocidade
diminui mais ainda, em seguida fiz uma seqüência de manobras alternando a
abertura dos freios de um lado e de outro do veículo, realizando ziguezagues e
giros controlados.
Os passageiros vibram e gritam a cada
manobra, sinto-me orgulhoso e satisfeito, realmente o SG-X é uma máquina
impressionante. Henrique toca em meu ombro e faz sinal para que vá em direção à
mata fechada, Altero o curso da máquina para aproxima-la do arvoredo. O veiculo
sai da água e volta à terra de maneira quase imperceptível, faço com que
deslize de costas por alguns segundos, mais algumas manobras curtas e rápidas e
o aero deslizador vira 90º, sem mudar a direção do movimento, depois mais 90º e
está novamente apontado para a floresta.
De repente um ruído muito alto como de uma
trombeta se faz ouvir. Meu primeiro instinto é fechar os olhos por uma fração
de segundos, a seguir confiro o painel de instrumentos – Tudo normal – olho ao
redor analisando a fuselagem do ADT – nada de errado - e então confiro os passageiros – Aqui sim há
algo errado – Estão faltando alguns passageiros, olho em volta nas proximidades do aero
deslizador, talvez os passageiros tenham por algum motivo caído para fora da
embarcação. Esses poucos segundos de distração foram decisivos para o passeio,
quando voltei minha atenção para a direção em que o SG-X ia já era tarde
demais. Havia um tronco de arvore caído no caminho e na velocidade em que
estavamos o espaço não era suficiente para parar ou desviar, por mais que me
esforçasse a inércia levaria o veículo à colisão. Mesmo assim tentei todos os
recursos de que dispunha, reverti o motor esquerdo, acelerei o direito, virei
totalmente os lemes vetoriais e acionei os freios aerodinâmicos do lado
esquerdo tentando forçar ao máximo a curva, em seguida cortei os motores de
sustentação fazendo com que o ADT tocasse o solo aumentando o atrito para
reduzir a velocidade. A reação daqueles que restavam a bordo era confusa e
apavorada, ninguém estava entendendo o que aconteceu. A manobra funcionou em
partes, evitei a colisão com o tronco, mas o movimento forçado sem os motores
de sustentação acabou danificando um pedaço da saia flexível que mantinha o
colchão de ar abaixo do veículo.
Aquele ADT não iria a lugar nenhum enquanto
a saia de sustentação não fosse concertada, felizmente a Saunders Griffon
incluía em seus modelos um kit de ferramentas e pedaços de remendos para a
saia.
Assim que o veiculo parou totalmente, todos
começaram a procurar as pessoas que faltavam. Logo notamos algo estranho, as
pessoas desapareceram, mas suas roupas, pertences pessoais e algumas pequenas
peças metálicas e de porcelana que pareciam ser obturações estavam nos assentos
que elas ocupavam isso sem contar que os cintos de segurança estavam
afivelados. Os passageiros que faltavam eram: os dois filhos do médico, três
dos quatro adolescentes, a Relações públicas do resort e um dos jogadores com
sua esposa. Restaram: Henrique, o capitão Oscar, as três jovens hospedes, o
médico, a jornalista e o cameraman, um dos adolescentes e um casal de amigos de
Henrique.
Marreta, rapidamente levantou-se e começou
a tirar todos os demais de dentro do ADT, Eu e Henrique também saímos, algumas
pessoas estavam em pânico, o médico procurava desesperado por seus filhos, uma
das jovens hóspedes gritava histérica:
- ELE NÃO CAIU, ESTAVA DO MEU LADO E
DESAPARECEU! EU VI! SUAS ROUPAS AINDA ESTÃO NO BANCO!
Suas amigas tentavam acalmá-la, mas ela
continuava a gritar.
- AI MEU DEUS! EU O VI DESAPARECER E AS
ROUPAS CAIREM VAZIAS NO BANCO, COMO SE ELE TIVESSE SIDO DESINTEGRADO! EU VI. EU
VI, NÃO ESTOU FICANDO LOUCA. EU VI. – A jovem estava a beira do descontrole, em
pânico total.
Continua...
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